A HISTÓRIA DA FREGUESIA DO BREJO DOS SANTOS
146 ANOS DA PARÓQUIA
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
BREJO SANTO - CE
25 de julho de 1876
25 de julho de 2022
Os termos “Freguesia” e “Paróquia” são sinônimos, não havendo uma estrutura civil separada da estrutura eclesiástica. Nesses tempos, o termo “freguês” (aglutinação da expressão latina filius ecclesiae, filho da igreja, ou simplesmente feligrés, como se refere a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira) servia para designar os paroquianos, que eram, por assim dizer, “fregueses” do pároco.
No Brasil, durante o tempo da colônia, a Freguesia era exatamente o mesmo que em Portugal, não havendo distinção entre Freguesia e Paróquia como descrito acima.
Uma organização semelhante manteve-se durante o tempo do Império do Brasil no qual a Igreja Católica foi mantida como religião oficial do Estado, que tinha o dever de pagar salários para padres e bispos. Deste modo, era adequado que a estrutura administrativa civil não fosse distinta da estrutura eclesiástica. As províncias eram divididas em Vilas e Termos, que por sua vez eram divididos em Freguesias. As Freguesias correspondiam às Paróquias, mas também havia curatos para serviços religiosos em povoações pequenas e sem autonomia política. Por sua vez, os bispos comandavam as dioceses, típica organização administrativa religiosa, que abrangiam geralmente diversas Vilas, ou seja, diversas Freguesias.
Com a proclamação da República, houve uma total separação entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro, de modo que as antigas províncias transformaram-se em estados autônomos divididos em municípios também autônomos que, por sua vez, podem (ou não) ter seu território dividido para fins puramente administrativos. A Igreja Católica passou a manter uma estrutura administrativa distinta.
SINAIS DE CIVILIZAÇÃO
Com a chegada dos primeiros colonos ao então arraial de Brejo dos Santos, houve o início civilizatório do lugar, onde as famílias começaram a dividir os latifúndios em propriedades produtivas, incrementando a agricultura e a pecuária, estabelecendo o pequeno comércio e, sobretudo, construindo o centro populacional, o qual mal desabrochara, sofreu o impacto da cólera, em meados de abril de 1862. Os vestígios daquela desgraça pública ainda permaneceriam no espírito das gerações vindouras e num pequeno espaço de terreno abandonado, situado ao fundo do atual cemitério São João Batista.
Malgrado os efeitos da calamidade, o povoado cresceu. A prova de sua evolução ia patentear-se seis anos depois, quando os pioneiros resolveram dotá-lo de um templo católico, cujo terreno foi oferecido por Francisco Alves de Moura. Traçou os limites e lançou a pedra fundamental o notável padre José Antônio de Maria Ibiapina, durante o período de sua visita missionária ao lugarejo, chamada de “Missão do Brejo”, entre os dias 21 de setembro e 03 de outubro de 1868.
Reza a tradição que no decorrer daquele ato, dirigindo-se ao medidor da área escolhida, dissera em tom profético o grande Missionário do Nordeste: “Estenda a linha que será matriz”.
Citando o Esboço Histórico do Município de Brejo Santo, Otacílio Anselmo nos traz a segue nota:
“Nota 24: Embora não exista referência
documental à visita do virtuoso Sacerdote à terra brejo-santense, aquele
acontecimento se verificou nos primeiros dias de dezembro de 1864, por ocasião
de sua ida ao lugarejo Porteiras, onde erigiu um cemitério e impulsionou as
obras da Capela de N. Senhora da Conceição. Consequentemente, dezembro de 1864
foi a data de início da construção da atual Matriz de Brejo Santo.” (SILVA,
1956).
Segue a transcrição inédita e na integra do relato
sobre a visita missionária do padre Ibiapina ao Distrito de Paz de Brejo dos
Santos, chamada de “Missão do Brejo”, realizada entre os dias 21 de setembro e 03 de outubro de 1868 e publicada no jornal A Voz da Religião do Cariry; Anno
II; N° 54; Domingo; 03 de abril de 1870; pág. 4.
HISTÓRIAS
DAS MISSÕES NO CARIRY-NOVO
Nos
anos de 1864 e 1868
Escripta
por Bernadino Gomes de Araújo
SEGUNDA
PARTE.
MISSÕES
DE 1868.
MISSÃO
DO BREJO.
Cap.
9 e § único
MISSÃO
DO BREJO
No dia de 21 de Setembro (1868), como já se disse, partio o Rmo. Missionario Apostolico da Povoação de Porteiras para a do Brejo, da mesma freguesia do Jardim, e sendo encontrado no caminho no sítio Muquém por alguns cavaleiros e gente a pé, chegou a povoação, e nesse mesmo dia pregou.
O Brejo é um arraial com honras de povoação, por ter a Policia ou a Politica entendido conveniente crear ali um discrticto policial (Distrito de Paz).
Pertecendo ao termo do Jardim é limítrofe de Milagres, de cuja villa dista 7 legoas e com a qual exerce relações commerciaes.
Verdadeiro oases no meio dos sertões seccos, o Brejo já conta em si uma grande reunião de povo, que se ocupa n’agricultura.
Do pé d’um serrote duro e escabroso, que se distaca do Araripe, sahem á superfície do terreno algumas fontezinhas, que reunidas formão uma massa d’agoa, e esta, dispargindo-se por uma superfície plana forma depósitos, alagadiços e brejos de muita produção, onde se cultiva com vantagem a cana e produz porção considerável de rapaduras.
Tendo sido habitado por uma família que tinha apelido de «Santos» tomou o nome de «Brejo dos Santos» pelo qual tem sido conhecido, e destinguido d’outros brejos, em que o Cariry é fértil.
E tendo essa família praticada alguns crimes, em que se fizeram tristemente celebres, ainda o lugar conserva essas tradições; e suposto que essa família já se tinha extinguido, ainda o povo guardava essas memorias e procurava respeitar-se pelas leis do mais forte; ainda poucos dias antes da missão, tinha escapado das mãos d’um assassino o subdelegado de policia; ainda há pouco o Rdo. Vigario da freguesia tinha sofrido uma ataque a forsa, para coagirem-no a um casamento.
Aberta a
missão, e sendo a concorrência de duas a treis mil pessoas, por ser esse o povo
que reside mais próximo, tratou o Rmo. Missionario de combater os vícios
dominantes; e era o cangacismo que figurava em primeira escala: e de dotar o
lugar com as obras de que mais necessitava.
O povo
reunia-se, para os actos religiosos, em um casebre, levantado no semeterio
publico: entedeo pois o Rmo. Missionario que a primeira necessidade d’aquelle
povo era uma Capella; e tratou da edificação de uma, com a invocação do Coração
de Jezus.
Chegado o material indispensável principiou a obra, e ao mesmo tempo um açude, para inverter o fervor das mulheres.
A necessidade da obra deu lugar ao prolongamento da missão, que durou 12 dias, com satisfação detodos.
Tendo findado no dia 3 de Outubro a missão, a deixou o Rmo. como provas de sua passagem, a Capella do Coração de Jesus com os alicerces cheios, de 150 palmos de comprimento, a Capella mór cuberta, um bom Cruzeiro assentado, e um açude para reter aguas, e utilizal-as milhor.
Achando-se duente de uns tumores que o privarão de montar a cavalo, regressou em uma rede, com um grande acompanhamento, dirigindo-se a povoação de S. Pedro de Milagres (atua Abaiara); onde o veremos.
Houve um equívoco do Historiador Otacílio Anselmo e Silva, que atribuiu ao ano de 1864 a data de início da construção da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus. Como podemos observar no documento descrito acima, a data correta do início da construção da Capela, que viria anos mais tarde se tornar Matriz, foi entre 21 de setembro e 03 de outubro de 1868.
Padre José Antônio de Maria Ibiapina. |
CRONOLOGIA DO TRABALHO DE PADRE IBIAPINA NO CARIRI:
A CRIAÇÃO DA FREGUESIA
Com a construção da Capela já iniciada em 1868, os moradores do povoado lançaram a ideia de criação da Freguesia, com aprovação prévia do Vigário da vila de Jardim, padre Joaquim de Sá Barreto, no primeiro semestre de 1875. O referido Pároco, que se fez patrono dos solicitantes, se dirigiu com o apelo por escrito ao Dom Luís Antônio dos Santos, Marquês de Monte Pascoal e primeiro Bispo da Província do Ceará, que se encontrava na cidade de Crato, empenhado na construção do Seminário Diocesano São José.
Pois bem, o resultado saiu positivo, com a LEI PROVINCIAL N° 1.708, DE 25 DE JULHO DE 1876, sancionada pelo Presidente da Província do Ceará, Francisco de Farias Lemos, criando assim a Freguesia de Brejo dos Santos e lhe traçando os limites territoriais, separando-a das vilas de Jardim e Milagres.
Segue a transcrição inédita e na íntegra da Lei que
criou a instalação de uma Paróquia em Brejo Santo, como também a instalação
oficial de sua Matriz, a então capela do Sagrado Coração de Jesus. Observamos
também a delimitação territorial do futuro município.
Como Igreja Matriz, porém, ela só viria a ser instituída canonicamente em 29 de maio de 1893, em obediência à Provisão expedida pelo bispo do Ceará, Dom Joaquim José Vieira.
LEI, N° 1708 – DE 25 DE JULHO DE 1876.
Crea uma
freguezia na povoação do Brejo dos Santos, desmembrada das do Jardim e
Milagres.
O Desembargador honorário Francisco de Farias Lemos, dignitário da Imperial Ordem da Rosa, comendador da de N. S. da Conceição da Villa de Viçosa, de Portugal, e presidente da província do Ceará etc.
Faço saber a todos os seus habitantes que a assembleia legislativa provincial decretou e eu sanciono a lei seguinte:
Art. 1°: Fica creada uma freguezia na povoação do Brejo dos Santos, desmembrada das do Jardim e Milagres, e erecta em matriz a capella do Coração de Jesus.
Art. 2°: Os limites da nova freguezia são: - partindo do sítio Sobradinho – ao sudeste vae do corrente existente á margem do rio da Barra ao sul, descendo por ele; a leste vae ao sítio Macapá, Poço e Serra da Canna Brava, e d’ahi pelas extremas da freguezia de Milagres, buscando o norte até chegar á ponta da Serra do sítio – S. Felipe – pela fralda da Serra; ao oeste até chegar ao predito sítio Sobradinho.
Art. 3°: Revogam-se todas as disposições em contrário.
Mando por tanto, todas as autoridades, á quem o conhecimento e execução da referida lei proceder, que a cumpram e façam cumprir tão interinamente como nella contém. O secretário do governo desta província a faça imprimir, publicar e correr.
Dada no palácio do governo da província do Ceará, aos 25 de julho de 1876, 55° da Independência do Império.
L.S.
Francisco de
Farias Lemos
Carta de lei, pela qual V. Exc. Manda executar o decreto da assembleia legislativa provincial, que houve por bem sancionar, creando uma freguezia na povoação do – Brejo dos Santos, desmembrada do dos Jardim e Milagres, como nella se declara.
Para V. Exc.
Ver.
Afio Beserra de Menezes a fez.
Nesta secretaria do governo do Ceará foi selada e publicada a presente lei aos 12 de julho de 1876.
O secretario,
Antonio Dias de Pinna Junior.
Matriz de Santo Antônio, Jardim - CE. Fonte: IBGE. |
Matriz de Nossa Senhora dos Milagres, Milagres - CE. Fonte: IBGE. |
CHEGADA
DO PRIMEIRO VIGÁRIO ENCOMENDADO
Padre Francisco Lopes Abath Primeiro Vigário (Encomendado) da Freguesia de Brejo dos Santos 1877 - 1903. |
Apesar de criada em 25 de julho de 1876, somente em 02 de setembro de 1877, chegava à Freguesia seu primeiro Vigário, o padre Francisco Lopes Abath.
O Padre Abath nasceu em Crato - CE, a 1° de fevereiro de 1848. Filho de Manoel Lopes Abath e Josefa de Araújo. Sua ordenação sacerdotal se realizou a 11 de julho de 1875, na Capela Provisória do Seminário do Crato.
Ao chegar na povoação de Brejo dos Santos, o novo vigário percebeu que a renda da freguesia era tão pequena que, a sua alimentação vinha do sítio, propriedade de Joaquim Napoleão de Araújo. Foi o Padre Abath, o que construiu a Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, no mesmo local onde já existia a capelinha edificada em 1868, através da missões de Padre Ibiapina.
Naquele tempo, o sertão começava a sofrer os terríveis efeitos da seca, que se prolongariam até 1879, acompanhada de incursões de cangaceiros vindos da província da Paraíba e da vila de Milagres, frequentes na nova paróquia, cuja escrita acusou, no ano de 1878, 126 batizados e 16 casamentos.
Zeloso condutor das almas de Deus, Padre Abath vivia para sua caridade paroquial. Foi durante um quarto de século, o 1° Vigário de Brejo Santo, onde faleceu a 13 de janeiro de 1903, estando sepultado na Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, em Brejo Santo.
Alguns aspectos daqueles tempos foram registrados pelo padre Abath, no “Livro de Tombo da Freguesia de Brejo dos Santos”, trecho este transcrito pelo padre João Casimiro Viana Arrais, em 1° de julho de 1903:
Transcrição
Por achar-se muito estragado, o livro no qual foi escrito a chegada do Pe. Francisco Lopes Abath, meu antecessor, a esta freguesia, o transcrevo para este livro com inteira fidelidade.
No dia dois de setembro de 1877 cheguei a esta freguesia como vigário encomendado, e tomei posse pelas onze horas do mesmo dia, assistindo ao acto o Rvmo. Vigário de Missão Velha, Pe. Felix Aurélio Arnaud Formiga.
Tendo esta freguesia se desmembrado das de Jardim e Milagres, compreendendo os districtos de Brejo e Porteiras, nesta tem uma capella e um cemitério, ambos em obras, n’aquelle está a matriz em obra, e um pequeno cemitério, sendo o Padroeiro da freguesia o Sagrado Coração de Jesus.
O Districto de Porteiras compreende uma parte da serra do Araripe, e é por isso, mais própria para a agricultura; o Brejo, porém, sendo sertão, parte mais a criação de gado, a exceção de uma parte de terra que é muito agrícola.
As chuvas neste anno foram excassas, tanto no Cariry como nos sertões visinhos, o que fez afluir para esta e outras freguesias visinhas, onde poderiam encontrar recursos, uma multidão de emigrantes superiores aos recursos dos logares.
Durante a secca e anos seguintes acrescem grandes terrores nos habitantes, que ameaçados em sua vida e propriedade deixaram suas residências.
Somente depois de perseguidos e presos os bandidos, voltaram para os logares de suas residências.
Nestas circunstancias, ficaram os povoados desta freguesia bastante desabitados, reduzindo-se Porteiras a oito moradores.
Em no anno de 1880 tentaram os habitantes de Porteiras transferir a sede da freguesia para aquella povoação, porém a Assembleia Legislativa Provincial deixou desfavorável esta petição, em virtude da informação do Exmo. Rvdo. Bispo Diocesano que vai abaixo transcripta.
Residência Episcopal do Ceará, 25 de agosto de 1880. Exmo. Sr. Conselheiro André Augusto Fleris. Em ofício de 19 do corrente, solicita V. Excia. o meu parecer sobre a petição dos habitantes de Porteiras, da Freguesia de Brejo dos Santos, dirigida à Assembleia Legislativa Provincial, em que pedem a transferência da sede da dita Freguesia da povoação de Brejo dos Santos, onde se acha, para a de Porteiras. Alegam eles ser o distrito de Porteiras mais populoso e, em sua maioria, de proprietários abastados, ao passo que os habitantes de Brejo acham-se em extrema pobreza, sem poderem concorrer com o aumento da respectiva Igreja.
Ao que tenho a honra de responder que o meu parecer é que a sede da dita Freguesia continue a ser na povoação de Brejo dos Santos, como foi designada com a criação da Freguesia. Porque, se os habitantes de Porteiras dizem que o seu distrito tem mais população, o mesmo Pároco atesta que assim é, mas que acha-se ela disseminada pelas abas da serra, ao passo que a de Brejo dos Santos está aglomerada junto à Matriz, formando o povoado do mesmo nome.
Quanto ao
dizerem que os de Brejo se acham em extrema pobreza, acho ser mais uma razão
para se não mudar a sede para Porteiras, cujos habitantes abastados e ricos,
como são segundo eles mesmos dizem, estão mais no caso de procurar os socorros
espirituais no Brejo dos Santos do que estes que moram em Brejo, que, estando
em extrema pobreza, ficarão privados de socorros espirituais, e sem meio de os
procurarem, caso seja mudada de sede.
Luis, Bispo do Ceará.
Brejo dos Santos, 10 de julho de 1880.
Está conforme o original
Vigário Padre João Casimiro Viana
Brejo dos Santos, 1° de julho de 1903.
PADRE JOÃO CASIMIRO VIANA
A 13 de janeiro de 1903, um infausto acontecimento abalou a alma do povo de Brejo dos Santos: falecia o padre Abath.
O pranteado vigário foi substituído pelo não menos virtuoso padre João Casimiro Viana, que assumiu suas funções em 25 de fevereiro do mesmo ano.
Natural de Lavras (atual Lavras da Mangabeira - CE), nasceu em 07 de setembro de 1876. Filho do Capitão João Casimiro Viana e Dona Mariana Infante Luna. Irmão de Balbina Lídia Viana Arrais, primeira Professora publica para a cadeira do sexo feminino de Brejo Santo.
Ordenou-se na Bahia, a 05 de outubro de 1901. Foi Coadjuntor em Itapipoca por um breve período após sua ordenação. Vigário em Trairí (16.05.1902 a 25.02.1903). E Vigário em Brejo Santo (25.02.1903 a 20.04.1911).
Sacerdote culto, inteligente e progressista. Padre Viana, do próprio púlpito, iniciou uma campanha esclarecedora sobre o cultivo do algodão, incentivando o plantio e fazendo até distribuição de sementes da malvácea aos seus paroquianos. Incorporado o algodão à lavoura do Município, logo depois era instalada em Brejo dos Santos, uma máquina de beneficiamento, cujo aquisitor foi o cidadão Manuel Inácio Bezerra.
Ajustando-se admiravelmente ao meio, padre Viana
imprimiu um novo ritmo à marcha da civilização na sua nova paróquia. Fundou a
Conferência de São Vicente de Paulo; empreendeu a reedificação da Matriz desde
seus alicerces. Em 1909, a nave lateral esquerda da Matriz foi construída. As despesas
foram efetuadas pelo coronel José Florentino de Araújo Lima; edificou, ajudado
por Antônio Bernardino de Maria, a capela do Bom Jesus, da Esperança; fundou uma
escola noturna para educação das crianças pobres; criou a Associação do Sagrado
Coração de Jesus; ampliou o cemitério e reedificou a capela do mesmo; fez-se
professor de português, francês e latim de uma plêiade de jovens; iniciou a
reedificação da capela de Nossa Senhora de Santana, na Cachoeirinha, construída
por Pedro de Oliveira Santos; fundou em Porteiras uma Conferência de São
Vicente de Paulo; fez ali um cemitério; formou um patrimônio para a padroeira
de Porteiras, cuja capela ornamentou e supriu os utensílios necessários, e
construiu sua própria residência a poucos passos da matriz.
Padre João Casimiro Viana, natural de Lavras da Mangabeira - CE, nascido em 07 de setembro de 1876. Foi o 2° Vigário de Brejo Santo no período entre 25.02.1903 até seu falecimento, 20.04.1911. |
Os restos mortais do padre João Casemiro Viana Arrais, estão sepultados na Igreja Matriz de Brejo Santo. |
A NOVA IMAGEM DO PADROEIRO
O padre Leopoldo Fernandes Pinheiro, ao assumir as funções da Paróquia após o falecimento do padre João Casimiro Viana Arrais, constatou que a primeira imagem do Sagrado Coração de Jesus já era pequena. Tratou de encomendar uma nova imagem do padroeiro na França. Em 15 de junho de 1912 chegava a nova imagem do Coração de Jesus à Paróquia, sendo a mesma que continua fixada no altar mor da Matriz, até os dias atuais.
Foto: Francélio Cardoso. |
Foto: Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Brejo Santo - CE. |
Foto: Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Brejo Santo - CE. |
Relação dos Vigários, Párocos e Cooperadores
que administraram a Paróquia do Sagrado de Jesus, em Brejo Santo - CE
De 1877 a 2020
01 – Francisco Lopes Abath (Vigário) – 1877 a 1903
02 – João Cassimiro Viana Arrais (Vigário) – 1903 a
1911
03 – Leopoldo Fernandes Pinheiro (Cooperador) –
1911 a 1913
04 - Raimundo Monteiro Dias (Cooperador) – 05.01.1913
a 1915
05 – Manoel da Silva Porto (Cooperador) – 11.11.1915
a 1916
06 – João Alboino Pequeno (Cooperador) – 13.01.1916
a 1918
07 – Luiz Furtado Maranhão (Cooperador) – 1918
08 – Juvenal Colares Maia (Cooperador) – 1918 a
1919
09 – Raimundo Moteiro Dias (Cooperador) – 1919 a
1922
10 – Raimundo Nonato Pita (Vigário) – 31.12.1922 a
1930
11 – Pedro Inácio Ribeiro (Vigário) – 01.01.1930 a
1973
12 – Rubens Gondim Lóssio (Cooperador) – 1948 a
1949
13 – Luiz Antônio dos Santos (Cooperador) – 1949 a
1951
14 – Manoel Pereira Bezerra (Cooperador) – 1951 a
1956
15 – Nicodemos Benício Pinheiro (Cooperador) – 1956
a 1957
16 – Dermival de Anchieta Gondim (Cooperador) –
1957 a 1973
17 - Dermival de Anchieta Gondim (Vigário) – 1973 a
2016
18 – Edivan Carlos Guedes (Vigário) – 24.12.2006 a 2008
19 – Luciano Pinheiro de Brito (Cooperador) - 2009 a 2012
20 - Reginaldo Pedro Muniz (Cooperador) - 2012 a 2016
21 - Pedro André Bitu Bezerra (Cooperador) - 2016
22 - Pedro André Bitu Bezerra (Administrador Paroquial) - Dez/ 2016 a Abr/ 2019
23 - Arnaldo Pereira do Nascimento (Administrador Paroquial) - Abr/ 2019 a Fev/ 2020
24 -Edivan Carlos Guedes (Vigário) - Abr/ 2019 a Fev/ 2020
25 - Fernandes José dos Santos Júnior (Pároco) - Fev/2020
26 - Tarcísio de Sales (Vigário) - 2020
Em 13 de novembro de 2016, foi criada a Paróquia São Francisco de Assis, desmembrando a região leste do município, da paróquia Sagrado Coração de Jesus. Teve como seu 1° Vigário, o padre Arnaldo Pereira
do Nascimento, atuando até os dias de hoje. Com a criação da nova Paróquia, o
território da antiga freguesia foi divido. A Paróquia Sagrado Coração de
Jesus, hoje administra as seguintes capelas:
|
PADROEIRO |
COMUNIDADE |
01 |
Santa Luzia |
Alto da Bela Vista |
02 |
São José |
Angico Comprido |
03 |
Sagrada Família |
Araujão |
04 |
São José |
Baixio do Boi |
05 |
São José |
Baixio dos Bastos |
06 |
São Luiz Gonzaga |
Baixio dos Lopes |
07 |
Senhora Sant’Ana |
Baixio dos Sousa |
08 |
Santo Expedito |
Bezerro |
09 |
Santo Antônio |
Boqueirão |
10 |
Nossa Senhora de Guadalupe |
Boqueirão |
11 |
Mãe Rainha |
Boqueirão |
12 |
Nossa Senhora Aparecida |
Cruz da Velha |
13 |
São Francisco |
Estrada do Gado |
14 |
Nossa Senhora de Fátima |
Ipueira |
15 |
São José |
Ladeira Vermelha |
16 |
Mãe Rainha |
Lagoa do Mato do Meio |
17 |
São João Batista |
Lagoa do Mato I |
18 |
Mãe Rainha |
Lagoa do Mato I |
19 |
Nossa Senhora de Fátima |
Lagoa do Mato II |
20 |
São Francisco |
Mingú |
21 |
São José Operário |
Oitizeiro |
22 |
Sagrado Coração de Jesus |
Olho d’Água |
23 |
Nossa Senhora das Dores |
Piçarra |
24 |
Nossa Senhora de Lourdes |
Pitombeira |
25 |
Mãe Rainha |
Pocinhos |
26 |
Santo Antônio |
Pontal da Serra |
27 |
Imaculada Conceição |
Renê Lucena |
28 |
Mãe Rainha |
Santuário da Mãe Rainha |
29 |
São Felipe |
São Felipe |
30 |
São Francisco |
Salva Terra |
31 |
São Vicente |
Sozinho |
32 |
Nossa Senhora das Graças |
Timbaúba |
33 |
Imaculada Conceição |
Vila da Conceição |
34 |
Imaculada Conceição |
Vila Feliz |
35 |
Senhora Sant’Ana |
Vila São Francisco |
A paróquia São Francisco de Assis lidera as seguintes capelas:
|
PADROEIRO |
COMUNIDADE |
01 |
São Sebastião |
Vila São Sebastião |
02 |
São Francisco |
Vila Cabaceiras |
03 |
Mãe Rainha |
Dois Riachos |
04 |
Bom Jesus |
Vila Esperança |
05 |
Virgem dos Pobres |
Água Vermelha |
06 |
Nossa Senhora de Fátima |
Onça e Compra Fiado |
07 |
Santo Antônio |
Germana |
08 |
São Sebastião |
Vieira |
09 |
Nossa Senhora das Graças |
Duas Lagoas |
10 |
Nossa Senhora Aparecida |
Morro Dourado |
11 |
São José |
Baraúnas |
12 |
Nossa Senhora de Fátima |
Deserto |
13 |
São Francisco |
Cedro |
14 |
Nossa Senhora de Fátima |
Jenipapeiro |
15 |
Sagrado Coração de Jesus |
Poço do Pau |
16 |
São Francisco |
Passagem de Pedra |
17 |
São Bento |
São Bento |
18 |
São Francisco |
Muquém dos Cândidos |
19 |
Nossa Senhora do Perpetuo Socorro |
Muquém dos Gabriel |
20 |
Nossa Senhora de Lourdes |
Lagoa do Mato |
21 |
Senhora Santana |
Cachoeirinha |
22 |
Santo Antônio |
Lagoa da Vaca |
23 |
Menino Jesus de Praga |
Capoeiro |
24 |
Nossa Senhora de Fátima |
Vila Cavaco |
25 |
|
Canabravinha |
Acervo Iconográfico
Igreja Matriz com seu aspecto antes do desabamento, acontecido em 1949. |
Igreja Matriz com seu aspecto antes do desabamento, acontecido em 1949. Atrás da Igreja e em primeiro plano, observa-se a Praça 7 de Setembro (Praça Velha) e seu coreto em forma de lira. |
Aspecto da Igreja Matriz no início da década de 1950. Ao fundo e à esquerda, observa-se a Praça 7 de Setembro (Praça Velha). Da esquerda para a direita: João Casimiro, Macedo de Cacá, Assis Cassiano, Luiz Mendes, Guerra, Chico Inácio e Erivaldo Tavares, 1953. |
Registro da Coroação de Nossa Senhora, na Igreja Matriz de Brejo Santo, possivelmente na década de 1940, antes do desabamento do templo, em 1949. Observa-se o aspecto do altar-mor da época. |
Aspecto do altar-mor da Igreja Matriz de Brejo Santo, após reformar devido ao desabamento ocorrido em dezembro de 1949. Registro possivelmente realizado no início de da década de 1950, após 1953. |
Aspecto de Brejo Santo no início da década de 1980. |
Aspecto de Brejo Santo no início da década de 1980. |
Registro da Festa do Padroeiro em 2019. Foto: Francélio Cardoso. |
Registro da Festa do Padroeiro em 2019. Foto: Francélio Cardoso. |
Interior da Igreja Matriz atualmente. |
A Freguesia do Brejo dos Santos, após 143 anos de sua criação. 2019. Foto: Thales Luciano. |
Para saber mais sobre a história do desabamento da Igreja Matriz de Brejo Santo, clique aqui.
O Brejo é Isso!
Bruno Yacub Sampaio Cabral
Agradecimentos:
- Paróquia Sagrado Coração de
Jesus, Brejo Santo, Ceará;
- Paróquia São Francisco de
Assis, Brejo Santo, Ceará.
Referências bibliográficas:
- Livro de Tombo da Paróquia Sagrado Coração de Jesus; Brejo Santo; Ceará.
- SILVA, Otacílio Anselmo e; Esboço Histórico do Município de Brejo Santo; em revista Itaytera N° 2; Instituto Cultural do Cariri; Crato; 1956.
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