A Munganga Promoção Cultural

A MUNGANGA PROMOÇÃO CULTURAL: O Brejo é Isso!

sábado, 12 de setembro de 2020

CORONEL DOMINGOS LEITE FURTADO


Cel. Domingos Leite Furtado
Coronel Domingos Leite Furtado.
    
      Segundo informações de Francisco Augusto de Araújo Lima em seu livro - Famílias Cearenses Um - Domingos Leite Furtado é filho de João Furtado Leite (Janjote) e Francisca das Chagas do Nascimento. Sucedeu a seu pai, como patriarca da família que lhe rendia cega obediência. Nasceu no ano de 1842, no Sítio Coité, atualmente distrito de Mauriti, residindo posteriormente em Taboca, próximo de Milagres, no sítio Olho D’água e por fim, em Nazaré, ao qual seu corpo está sepultado junto à sua esposa na capelinha de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de sua devoção.

    O coronel Domingos Leite Furtado, foi pertencente ao malfadado grupo do coronelismo sul cearense, a época da política dos governadores, irradiando seu prestígio nos Estados vizinhos. Foram seus aliados os coronéis: José Belém de Figueiredo, chefe do Crato; Antônio Joaquim de Santana, de Missão Velha; Joca de Macêdo, de Barbalha; coronel Rocha, de Jardim; Benedito Queiroga, de Pombal e; Zuza Lacerda e Antônio Brabo, ambos de Piancó.

    Fez grande fortuna e dominou  a vila de Milagres enquanto viveu. Implantou um verdadeiro regime de terror, que durou 30 anos, apoiado em parte, em uma parcela da sua parentela. Faleceu de gripe espanhola, no dia 27 de outubro de 1918, no sítio Nazaré.

TERMOS DE ÓBITO DE DOMINGOS LEITE FURTADO

Jornal do Recife (PE); 17.11.1918.
 
    Primeiro Termo de Óbito:
    “Aos vinte e sete de outubro de 1918, faleceu na Freguesia de Milagres, Bispado do Crato, Domingos Leite Furtado, com setenta e seis anos, casado que foi com Praxedes Furtado de Lacerda. Seu cadáver envolto em hábito preto foi solenemente encomendado por mim. Para constar mandei lavrar este termo que assino. O vigário Plácido Alves de Oliveira.”

    Segundo Termo de Óbito:
    “Aos vinte e sete de outubro de 1918, no sítio Nazaré faleceu de gripe pulmonar, às quatro horas da manhã, Domingos Leite Furtado, com setenta e seis anos de idade, casado que foi com Praxedes Furtado de Maria de Lacerda. Seu cadáver envolto em hábito preto, depois de solenemente encomendado por mim, foi sepultado na Capela do referido Sítio. Para constar, mandei fazer este assento que assino. O vigário Plácido Alves de Oliveira."

Dona Praxedes Furtado Lacerda.
Fonte: Memória Milagrense

   O coronel Domingos Leite casou-se com Praxedes Furtado Lacerda ou Praxedes Maria Furtado de Lacerda, esta nascida em 20 de abril de 1848, em Mauriti, filha de Pedro Furtado Leite (Pepedro), e sua segunda esposa, Maria Cavalcante de Lacerda. Eles não tiveram filhos, mas adotaram um sobrinho de Dona Praxedes, chamado Pedro Furtado de Lacerda (Pedro Velinho). Pedro foi casado com Antônia de Jesus Conceição Cunha, nascida em Milagres e filha de Manoel de Jesus da Conceição Cunha. Domingos e Praxedes residiam no sítio Nazaré “comprado” a João Leite de Morais, que se retirou obrigado com os três netos, filhos da sua única filha, Argina Juscelina Leite de Morais, viúva, para a Quixabinha, hoje no município de Mauriti.

    O professor Carlos César Pereira de Sousa nos informa em seu trabalho - Milagres: Nossa Terra Cariri - que na década de 1880, Domingos Leite Furtado já era o patriarca da família, e sua carreira política na vida de Milagres estava muito bem encaminhada.  Foi nomeado Delegado da Vila, com o apoio do juiz Joaquim do Couto Cartaxo, até pouco tempo inimigo; e Manoel Jesus da Conceição Cunha, que agora estava por baixo, na política da província do Ceará.

\Jornal Libertador (CE) - 28 de janeiro de 1886.

Capela de Nossa Senhora dos Remédios, no sítio Nazaré, Milagres - CE.
Foto: Roberto Júnior/ Cariri das Antigas.

CONFLITO ENTRE O CEL. DOMINGOS LEITE FURTADO E O CAP. ANTÔNIO LEITE RABELO DA CUNHA

    Ainda citando Carlos Sousa, em - Milagres: Nossa Terra Cariri - o autor nos conta que, para conquistar decisivamente o controle político e econômico sobre Milagres, foi de grande importância o embate político que o coronel Domingos Leite Furtado obteve com o capitão Antônio Leite Rabelo da Cunha entre 1887 e 1889 e do qual saiu vitorioso.

    Antônio Leite Rabelo da Cunha foi casado três vezes, constituindo uma prole de trinta filhos. Foi seminarista, tendo abandonado o seminário dez meses antes da sua ordenação, em virtude do falecimento do seu pai. Após o abandono do seminário, foi convidado para exercer a reitoria do seminário São José, em Crato. Além de suas fazendas localizadas em Rosário, Olho D’água, em Missão Velha; e Mundés, em Barbalha, adquiriu três propriedades em Brejo Santo: Pitombeira, Garanhuns e Horto, onde se estendia até o Agreste.

    O capitão Antônio Leite pertencia ao partido liberal, do grupo dos Paulas. Sua fazenda localizada no distrito de Podimirim e era conhecida como fazenda Rosário, próspera e produtora de rapadura, aguardente e melaço, essa propriedade despertava a cobiça de outros senhores de terra do vale dos Cariris Novos. O capitão Antônio Leite tinha assim inimigos poderosos e um deles, era o próprio primo, Domingos Leite Furtado.

    O Pároco da vila de Milagres, padre Manoel Rodrigues de Lima, também não nutria simpatias pelo capitão Antônio Leite, que não perdia ocasião de lhe mover campanha difamatória, mesmo no púlpito da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Milagres.

    Os ânimos políticos em Milagres se acirraram ainda mais após as polêmicas eleitorais de 1885, e depois com a questão da permanência do trabalho escravizado no Município, mesmo após as leis abolicionistas aprovadas, entre 1882 e 1883 no Ceará.

    O juiz Antônio Joaquim do Couto Cartaxo, pressionado pelo Governo Provincial e pela população negra livre e escravizada do vale, se obrigava a executar o cumprimento das Leis Provinciais e gerais em fins de 1886. Anunciou ao Presidente da Província do Ceará, Miguel Calmon du Pin e Almeida, que em 1887, já não haveria mais nenhum escravizado no Município.

    Parece que para garantir o cumprimento da sua palavra, o Juiz ordenou ao então Delegado de Milagres, Domingos Leite Furtado, que desse uma batida na fazenda do capitão Antônio Leite Rabelo da Cunha em busca de escravos, isso ocorreu em 1887.

    O capitão Antônio Leite escreveu para o jornal O Libertador, denunciando as arbitrariedades do Juiz e do Delegado de Milagres. Na correspondência que o jornal publicou, o fazendeiro Antônio Leite insultava o delegado Domingos Furtado, o Juiz e outros aliados destes. Imediatamente Joaquim do Couto Cartaxo, Domingos Leite Furtado e outros se voltaram contra Antônio Leite Rabelo da Cunha e seus aliados. O jornal Constituição, datado em 27.04.1888, publicou uma carta de Domingos Leite Furtado, também insultando o Capitão Antônio Leite:

    “Ao publico.

    Não pretendia voltar mais a imprensa; mas sendo d’uma hora por outra, caluniado por uma quadrilha de magarefes de carne humana, (embora acobertados com o luctuoso manto da hypocrisia) conhecidos nesta terra por Cunhas Rabellos ou Crueiras, julguei conveniente voltar mais uma vez a ella, para esmagar como já o tenho feito, a essas víboras da reputação alheia, visto que fui provocado no “Libertador” n° 3 de janeiro deste anno por um dos – setes sábios da Grécia, o Sr. Capitão Antônio Leite Rabello da Cunha - a luz dos milagrenses, - num acervo de inverdades e insultos, próprios de si, atirados a minha pessoa e a diversos cavalheiros distinctos deste termo, somente porque, há tempo, nos pozemos a salvo de suas perfídias.

    É preciso se ter muita falta de pudor para dizer como disse o Sr. Capitão Leite que fora protector dos escravizados neste município, quando, fôra ele, seu “milagroso” irmão Manoel Crueira, collector e mais membros de sua família, os únicos que venderam escravos neste município, (os poucos que possuíam) para não morrerem a fome na crise de 77! Provoco o Sr. Capitão Leite para que prove o contrário disso.

    Quem melhor fora protector dos escravos, quem muitas das vezes desagarrava os de suas mulheres e filhos para vender ou quem os comprava a contos de réis e á mais, para não os ver sahir de sua terra natal?

    Em sua estiradeira em forma de artigo disse o Sr. Capitão Leite que nós intentamos perde-lo ao menos politicamente. Que desparate!!

    Qual fora a influencia politica que já tivera tal criatura, a não ser a que eu e minha família, incautos, dava-lhe?

    Pretendia, é certo, mostrar bem patente a influência politica de tal criatura, e disto com muita antecedência o preveni não só cabalmente como pela imprensa de minha província, porém assim não sucedeu, por se ter o capitão agarrado com bom santo.

    Disse ainda o capitão em seu aranzel que em minha casa se tinha reunido um grupo de sessenta a setenta homens, notificados á minha ordem e do ilustre Sr. Dr. Cartaxo com o fim de ataca-lo em sua fazenda Rosário, e que isto havia sido presenciado pelo Revd. Vigário desta freguezia. Nunca vi mentir-se tanto! Primeiramente mentiu dizendo que possuía fazenda chamada Rosário, porque não a possue, e se a possue é de porcos e ainda não é conhecida dos habitantes, já não digo do termo, mas de toda a comarca; e em segundo lugar mentiu porque afirmou que eu e o bacharel Cartaxo havíamos mandado notificar gente servindo-nos dos cargos que ocupamos, para ataca-lo nessa imaginaria fazenda, visto como provo o contrario, com atestado do próprio vigário a quem o mesmo capitão referiu-se.

    Concluio o tal capitão responsabilizando-nos não só por sua vida como por qualquer destruição que venha a sofrer em sua fazenda Rosario.

    Desde já garanto ao Sr. Capitão que por minha parte aceito a tal responsabilidade, visto como, relativamente a sua vida, diz o rifão antigo “que vaso ruim não se quebra”; e tanto é assim que o cholera morbus quando andou por estes sertões respeitou-o.

    E quanto a destruição de sua fazenda Rosario e de outra qualquer, por não conhecer a fazenda do pertencedo tal senhor.

    Concluido, peço aos ilustres três Srs. Redactores da “Constituição” que façam publicar com este atestado do digno vigário desta freguezia, que a este acompanha, como também a resposta que dei em data de 23 de Maio do anno passado ao Sr. Dr. Chefe de polícia, por acusações que me fez o collector provincial deste município Manoel Leite Rabello da Cunha ao Exmo. Sr. presidente da província, com todos os documentos que o acompanhara, visto como fui de novo acusado por um irmão do dito collector em sentido idêntico.

    Pode, Sr. Redactor da “Constituição”, dar publicidade a estas linhas pelas quaes se responsabiliza o abaixo assignado.

    Milagres, 13 de abril de 1888.

    Domingos Leite Furtado.

    Illm. Rvdm Sr. Vigario da freguezia de Milagres – Domingos Leite Furtado, actual delegado de policia deste termo de Milagres, precisa para seu documento que V. Rvdmª digne se de atestar ao pé desta, em fé de seu cargo, se lhe constou em algum tempo, que o suplicante servindo-se do cargo que ocupa, mandaria notificar gente ou mesmo tomara parte em qualquer reunião com o fim de atacar a povoação de Rosario, á busca de escravos.

    Assim, pois, pede a V. Rvdmª que se digne de atestar na forma requerida.

    E. R. Mcê.

    Milagres, 8 de abril de 1888

    Domingos Leite Furtado.

    Attesto em fé de meu cargo que durante o tempo de três anos que rejo ou parochio esta Freguezia, não me consta que o suplicante em tempo algum abusasse do cargo que ocupa, mandando notificar pessoas, nem também tomado parte alguma em qualquer reunião com o fim de atacar a povoação do Rosario á busca de escravos. Milagres, 8 de abril de 1888. – O Vigario Manoel Rodrigues Lima.

    Estava reconhecida a firma pelo tabelião publico.”

    A questão foi acirrada, tendo o Cel. Domingos Leite pleiteado o assassinato do Cap. Antônio Leite. Por ironia do destino, como os assemelhavam-se fisicamente, os sicários confundiram-lhe num dia de feira na vila de Milagres, atirando em seu mandante, baleando-o em uma das pernas. Este fato foi noticiado no Jornal Constituição – Ano XXVII, Num. 175, pág. 1, de 17.11.1888:

Jornal Constituição (CE);
de 17.11.1889.

    “É grave

    Os colegas do Libertador e Cearense noticiam factos tristíssimos ocorridos em varias localidades do Cariry, sobretudo em Milagres, onde se diz que fora assassinado o nosso amigo Manoel Maranhão e gravemente feridos, correndo risco de vida, o nosso prestimoso e distinctissimo amigo capitão Domingos Leite Furtado e seu sobrinho Manoel Nasario, além de muitas outras pessoas.

    Nenhuma comunicação recebemos ainda acerca de tão desgraçada occurrencia; mas sendo certo que trata-se de um facto gravíssimo, excusado nos parece pedirmos ao Exm. Sr. coronel Moraes Jartim providencias para prompta e severa punição dos criminosos; porque temos como certo que S. Exc., ainda neste ponto, se relevará digno dos seus créditos.

    Quando tivermos comunicações directas, q’certamente não demorarão, nos ocuparemos ainda de tão lamentáveis acontecimentos.”

    Sendo sabedor do ocorrido, o Cel. Manoel Inácio Bezerra, genro do Cap. Antônio Leite, interviu na questão como apaziguador e convencendo-o a vir residir no Distrito de Brejo dos Santos, fundando ali o clã da família Leite.

Casarão do Cap. Antônio Leite Rabelo da Cunha, em Brejo Santo. 
Demolido em abril de 2017. 

ASSALTO À NAZARÉ

    Após a morte do coronel Domingos Leite, no ano de 1918, o seu braço armado, o major José Inácio de Sousa, fazendeiro abastado do sítio Barro, conhecido como Zé Inácio do Barro, passou a assediar a família do falecido, reclamando que o Cel. Domingos Leite devia certa quantia a ele, por serviços prestados, o que produziu inimizades entre a família Furtado e Zé Inácio do Barro.

Major José Inácio do Barro.
Foto: acervo de Sousa Neto.

Umas das casas do major Zé Inácio, no seu sítio Barro.

   Com isso, o major Zé Inácio patrocinou o assalto ao sítio Nazaré, em Milagres, propriedade de dona Praxedes, viúva do ex-chefe político e ex-intendente de Milagres, coronel Domingos Leite , que por volta das sete horas da manhã do dia 20 de janeiro de 1919, foi invadida pelo grupo formado por Sinhô Pereira, Mundinho, Gavião, Rouxinol, Baliza, Criança, Raimundo Patrício, Antônio Bandeira, Antônio Carneiro e Luiz Padre, que roubaram todo dinheiro e joias. Na ocasião, dona Praxedes foi socorrida pelo coronel Augusto Leite de Araújo Lima, seu esquecido parente. Dona Praxedes faleceu em 04 de setembro de 1930, estando sepultada junto ao marido, na Capela do mesmo sítio Nazaré.

Casarão do Cel. Domingos Leite Furtado, no sítio Nazaré, Milagres - CE.


Casarão do Cel. Basílio Gomes, na fazenda Nascença, vila de Brejo dos Santos.

    Após ser denunciado como mandante do assalto, Zé Inácio, não esconde o feito, mas diz que aquele dinheiro era dele, por anos de serviços prestados ao Cel. Domingos Leite, e ainda o chamou de ladrão. Estando assim aberta a questão entre as famílias, principalmente na figura do Padre José Furtado de Lacerda, ou simplesmente, o Padre Lacerda, pároco do arraial de Coité, pertencente ao distrito de Buriti Grande, atual Mauriti. Mas antes de partirem para o Fogo do Coité, os sicários de Senhor do Barro ainda assaltaram o Casarão da Nascença, do pacífico coronel Basílio Gomes da Silva, na vila de Brejo dos Santos, ainda em janeiro de 1919.

Casarão do Cel. Domingos no sítio Nazaré, Milagres - CE.

Capela de Nossa Senhora dos Remédios
Sítio Nazaré, Milagres - CE

Interior da Capela de Nossa Senhora dos Remédios.

Lápide do Cel. Domingos e Dona Praxedes,
localizada no interior da Capela em Nazaré.
   
A LENDA DO POÇO DO DINHEIRO DO CEL. DOMINGOS FURTADO

    Reza a lenda que o Cel. Domingos Leite enterrava seu dinheiro nesta depressão natural, onde corre um riacho intermitente, na mesma região do Sítio Nazaré, por receio de ataques e saques de inimigos, que não eram poucos. Após a morte do Cel. Domingos Leite, Dona Praxedes teria continuado a enterrar as botijas.

    "Certo dia, quando ela foi enterrar dinheiro, um grande buraco se abriu e ela caiu dentro. Depois desse dia, ninguém nunca mais ouviu falar dela". Esse local ficou conhecido como o Poço do Dinheiro.

    "O lugar é muito preservado, sendo considerado por muitos um santuário da natureza, cercado de mistérios. Alguns moradores contam as estórias, conhecidos como "causos", no qual em uma dessas lendas, dizem "...Quem for à meia noite ao Poço do Dinheiro, encontrará com a aparição de Dona Praxedes." Conforme informou o professor Jonas Fernandes ao site O Kariri, com o artigo intitulado: Arqueologia de Milagres (parte 6): Sítio Nazaré, em 13 de outubro de 2013.

Poço do Dinheiro do Cel. Domingos, Sítio Nazaré, Milagres - CE.


Por Bruno Yacub Sampaio Cabral.


Fontes Bibliográficas:

- LIMA, Francisco Augusto de Araújo; Famílias Cearenses Um; Fortaleza; Editora Premius; 2001;
- LIMA, Francisco Augusto de Araújo; Siará Grande: uma província portuguesa no nordeste oriental o Brasil; Fortaleza; Expressão Gráfica e Editora; v.III; 2016;
- SOUSA, Carlos César Pereira de; Milagres: nossa terra cariri; Fortaleza; Expressão Gráfica e Editora; 2021;
- MARANHÃO, Leite; Contribuição ao estudo genealógico das principais Famílias de Milagres (Família do Coité); Revista do Instituto do Ceará; Ano LXIV; 1950;
- LACERDA; José Sampaio; História da Família do Coité (Mauriti - Ceará) e outros assuntos; Da Anta Casa Editora; Brasília; 2004;
- NETO, Sousa; José Inácio do Barro e o Cangaço; Barro – CE; 2011;
- LUCETTI, Hilário e LUCENA, Magérbio; Lampião e o e estado maior do cangaço; Craturismo; 1995;
- CAVALCANTE, Francisco Mirancleide Basílio; Trajetória de um líder; Brejo Santo – CE; 2004;
- https://www.familiascearenses.com.br/index.php/2-uncategorised/135-memoria-real-e-afetiva-de-mauriti-segunda-parte - acessado em 08 de setembro de 2020;
- https://www.okariri.com/cariri/arqueologia-em-milagres-parte-6-sitio-nazare/  - acessado em 02 de setembro de 2020;
- http://www.blogdomateussilva.com.br/2017/04/casa-historica-e-derrubada-em-brejo.html  - acessado em 10 de setembro de 2020;
- http://cariricangaco.blogspot.com/2017/12/o-fogo-do-coite-porgeziel-moura.html  - acessado em 03 de setembro de 2020;
- https://amunganga.blogspot.com/2019/08/subsidios-para-historia-de-brejo-santo.html  - acessado em 06 de setembro de 2020;
- Jornal Constituição (CE) – Ano XXV,; Num. 50; págs. 2 e 3; de 27.04.1888;
- Jornal Constituição (CE) – Ano XXVII; Num. 175, pág. 1; de 17.11.1888;
- Jornal do Recife (PE) - Ano LXI,; Num. 137; pág. 3; de 17.11.1918.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

DUAS FOTOGRAFIAS, MESMO ÂNGULO, 60 ANOS DEPOIS

 

A PRIMEIRA FOI RETIRADA DA TORRE DA IGREJA MATRIZ, PROVAVELMENTE NA DÉCADA DE 60. A SEGUNDA, CAPTURADA AGORA POR UM DRONE, ALÉM DA TORRE DA MATRIZ, CERCA DE 60 ANOS DEPOIS, REVELA A MESMA PERSPECTIVA. SÓ A MATRIZ NÃO MUDOU. PERCA-SE NOS DESTALHES DESSA VIAGEM NO TEMPO.



"O sino da Igreja Matriz bate doze badaladas, que reverberam pelos telhados da cidade. O comércio se fecha e cada cidadão retorna para sua casa, onde se reúne com sua família para a sagrada hora do almoço e para a costumeira sesta, o cochilo do meio-dia. É setembro, faz um calor de rachar… Um menino passa gritando, anunciando a venda de quebra-queixo, de um jeito engraçado, compassadamente:

- Olha o que-bra-quei-xo!

O rádio ligado toca uma música de Jerry Adriani, de letra apaixonada e eu passeio por aquela história.

Eu me lembro que o Cine Alvorada exibirá Cleópatra, em última sessão, e eu vou, pela terceira vez, me encantar com os olhos violáceos de Elizabeth Taylor…"

Hérlon Fernandes Gomes

Agradecimentos: Brejo em Fotos e DronarBS.